sexta-feira, 27 de julho de 2012

Uma música, um barco e uma vara de pescar...

Era uma manhã de sábado, varas de pescar em mãos, latinha de refrigerante do lado, na beira de um rio ouvindo Red Hot Chilli Peppers...

Viajávamos com nosso pai, estávamos em uma aventura daquelas que fazem você ficar ansioso e te deixa aflito antes do dia chegar. Eu, meu irmão, meu pai e um Furglaine (é um tipo de van que tem cama, energia elétrica e ar-condicionado). Fomos a um rio em Goiás que se chama "Rio Paranã" onde passávamos o dia pescando e boa parte da noite em um barco sob a luz da lua e o resto da madrugada em uma barraca.




Nosso pai fazia o almoço perto da barraca, enquanto eu e meu irmão pescávamos peixes pequenos para servirem de isca a noite. Com nossas Coca-colas e um celular que tocava Red Hot Chilli Peppers baixinho. Meu irmão colocou a vara dele no descanso, e poucos milésimos de segundos depois de começar a música "Can't Stop", a vara dele foi puxada para dentro do rio. Ele me olhou com aquela carinha fofa de: F-U-D-E-U...

A vara ficou com a parte de trás boiando e era possível ver que estava sendo puxada por um peixe, pois ia cada vez mais para longe do barranco. Coloquei o celular no bolso, aumentei a música e fomos correndo para o barco, mandei meu irmão entrar enquanto desamarrava a corda que o prendia na margem, pulei com os dois pés na proa fazendo-o se soltar da terra instantaneamente se adentrando no rio, meu irmão me passou o remo, remei na parte da frente e ele atrás até chegarmos rapidamente e com muito esforço perto da vara com o peixe maldito.

O barco se direcionava a outra margem muito rápido e o impacto seria forte. Mandei meu irmão se posicionar do lado direito, pois teria somente uma chance de pegar a vara, que estava no meio das galhadas da margem. Quando ele botou a mão na vara, faltava pouco para o impacto e eu coloquei o remo com força na parede de terra empurrando o barco para trás, me arranhei muito nos galhos das árvores. Porém, ao puxar a vara, sua força contra a do peixe fizeram com que o revestimento de pano no lugar onde se prende a linha se soltasse. O anzol, a linha, a chumbada e principalmente o peixe tinham ido embora.

O maldito peixe conseguiu escapar, mas ganhou um piercing pela peripécia. Ficamos um pouco decepcionados, é claro, mas toda aquela aventura nos mostrou o quanto nós estamos conectados comunicativamente, agindo como se fossemos um só. Voltamos ao acampamento e terminamos de tomar nossa Coca-Cola...

Uma história para contar aos nossos filhos...

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